A Estátua Equestre do Santo Condestável, Batalha
A Escultura de D. Nuno Álvares Pereira
A estátua equestre do Santo Condestável ergue-se no grande largo que rodeia o Mosteiro da Batalha, fronteiro à fachada Sul.
A escultura, de grandes proporções, em bronze, da autoria de Leopoldo de Almeida (1898-1975), tem cerca de 7,5 m de altura.
D. Nuno está representado como cavaleiro, com loudel decorado com as armas dos Pereira, empunhando a espada na mão direita.
O pedestal, em pedra, foi desenhado pelo arquitecto Jorge Segurado (1888-1990). Tem inscrições nas várias faces do plinto: O CONDESTÁVEL NVNO ÁLVARES PEREIRA, com o brasão da família Pereira; ALJVBARROTA 1385, ATOLEIROS 1384 e VALVERDE 1305, referências às principais batalhas travadas na defesa da independência de Portugal.
História do monumento escultórico
A ideia de erigir um monumento escultórico ao Santo Condestável (1360-1431) surgiu após a sua beatificação em 1918.
Em 1920, o Governo determinou a celebração anual das festas do considerado herói nacional, no dia 14 de Agosto, aniversário da Batalha de Aljubarrota, mandando levantar um monumento no local da referida Batalha (Diário do Governo n.º 156/1920, Série I de 1920-08-13).
A Cruzada Nacional D. Nuno Álvares Pereira tomou a iniciativa de erguer esse monumento em Lisboa, cidade que o Condestável defendeu durante o cerco de D. João I de Castela em 1384, e onde morreu e foi sepultado com fama de santidade. Foi lançada a primeira pedra no antigo Jardim de Santos - que passou a denominar-se Praça D. Nun’Álvares -, iniciativa que não teve continuidade.
Nos finais da década de 1940, retomou-se o projecto, sendo encomendado ao escultor Francisco Franco (1885-1955), a realização de uma estátua equestre em bronze.
Nesse período, foi grande o debate em torno da representação de D. Nuno Álvares Pereira e da localização do monumento. A figuração do Condestável numa estátua pedestre era defendida em particular pela Infantaria – que o tinha como seu padroeiro – e pelos defensores da verdade histórica – D. Nuno combateu a pé…A representação a cavalo era, no entanto, mais significativa como valorização da personagem. Quanto ao local, teria sido proposto inicialmente o alto do Parque Eduardo VII, e para isso, a solução de uma estátua equestre seria eventualmente a mais adequada.
Em Janeiro de 1950, não havia ainda qualquer desenho realizado por Francisco Franco, que entretanto acabaria por falecer em 1955.
A realização do monumento foi entretanto encomendada a Leopoldo de Almeida pela Câmara de Lisboa. O escultor apresentou em 1953 uma versão pedestre, representando D. Nuno como religioso carmelita, bem diferente daquela que acabaria por realizar,
Data de 1957 a primeira maquete conhecida da estátua equestre do Condestável, no essencial muito semelhante à versão final, destinada então ao topo do Parque Eduardo VII. Datam de 1959, uma série de desenhos do escultor, com pormenores da montada, do cavaleiro, das armas…
Em 1963, o modelo do grupo escultórico, em tamanho definitivo, estava pronto para ser fundido, prevendo-se a sua inauguração em 1965, com localização possível na Praça da Figueira.
O modelo foi enviado em 1966 para a firma Bernardino Inácio em Vila Nova de Gaia, uma das mais antigas empresas de fundição do género em Portugal. O processo de fusão foi difícil e moroso, tendo sido necessárias mais de 80 toneladas de bronze.
Finalmente, foi determinado o local de implantação do grupo escultórico, junto ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória na Batalha, tendo a cidade de Lisboa oferecido à Nação, o Monumento de Nuno Álvares Pereira, conforme Acta da Câmara de Lisboa de 19 de Abril de 1967.
A estátua equestre do Santo Condestável foi inaugurada no dia 27 de Abril de 1968, em cerimónia solene com a presença oficial das autoridades civis e religiosas.
REFERÊNCIAS
- FONSECA, Rita Maria Sequeira Mega da, Vida e Obra do Escultor Leopoldo de Almeida (1898-1975), Universidade de Lisboa, Faculdade de Belas-Artes, 2012.
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