Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, Cacilhas
Nesta página:
I . O lugar de Cacilhas
II . História
III . Descrição
IV. Nossa Senhora do Bom Sucesso: culto e iconografia
I . O LUGAR DE CACILHAS
Cacilhas está situada na zona ribeirinha, frente ao Tejo, com um amplo e esplêndido horizonte sobre a cidade de Lisboa.
Há vestígios antigos da sua frequência por comerciantes e marítimos desde a antiguidade, tendo em conta a sua posição ribeirinha e a abundância de peixe e marisco nas suas águas. A descoberta de estruturas de possíveis fábricas da época romana junto a Cacilhas (séculos I - III) permitem deduzir a existência de um aglomerado populacional nesta época.
Não há vestígios da ocupação visigótica. Provavelmente pertenceria a uma das circunscrições formadas no tempo dos romanos, que neste caso seria Olissipo (Lisboa).
Durante o domínio muçulmano (séculos VIII – XII), formou-se um hisn (fortificação) no alto do monte, desaparecendo a referência a um núcleo populacional junto ao Tejo. Não há referências da existência de comunidades cristãs moçárabes nesta zona.
Os relatos da reconquista cristã de Almada, em 1147, pelas forças de D. Afonso Henriques, dão a entender que Cacilhas seria já um ponto de apoio fluvial ao tráfego de pessoas e mercadorias entre as duas margens.
Cacilhas estaria na dependência da paróquia de Santa Maria de Almada, entretanto instituída (1173).
O território foi doado aos Cavaleiros da Ordem de Santiago em 1186 por D. Sancho I, sendo instituída a paróquia de Santiago de Almada possivelmente no início do século XIII, à qual ficou a pertencer o lugar de Cacilhas.
Em 1297, Almada voltou à posse real, com o rei D. Dinis, mas o padroado das igrejas continuava a ser da Ordem de Santiago. Em 1385, o senhorio da vila pertencia ao Condestável D. Nuno Álvares Pereira (1360 - 1431), que tão ardorosamente manteve a povoação nas mãos dos portugueses.
Almada, onde se inseria o cais de Cacilhas, foi doada, em 1447, por D. Afonso V a seu irmão D. Fernando (1433 -1470); em 1485, D. João II confirmou a doação a D. Brites, viúva de D. Fernando.
O porto de Cacilhas entretanto desenvolvia-se, assomando ao cais uma grande quantidade de mercadores, almocreves vindos do Sul, peregrinos e forasteiros, crescendo particularmente com a expansão marítima no século XVI. É desta época a referência mais antiga ao topónimo Cacilhas.
No lugar desenvolveu-se um aglomerado ligado primordialmente ao movimento de embarcações e transporte marítimo de pessoas e mercadorias, constituído por comerciantes, pescadores, camponeses e, principalmente, barqueiros, encarregados de fazer a passagem entre Lisboa e a outra banda.
O trabalho perigoso e rude dos barqueiros, prontos para qualquer transporte durante o dia ou durante a madrugada, determinou uma legislação própria a prevenir os perigos da travessia entre as duas margens. Originaram-se tradições de religiosidade popular, particularmente ligadas às fainas marítimas, que se mantiveram vivas e enraizadas até ao presente.
II . HISTÓRIA
A história da igreja de Cacilhas remonta ao século XII, quando foi instituída a Albergaria dos Palmeiros, mais tarde conhecida por Hospital de Santa Maria dos Palmeiros, destinado a acolher doentes e peregrinos a caminho da Terra Santa – como se depreende do nome - situada próximo do embarcadouro.
A esta albergaria foi acrescentada uma gafaria - a Casa dos Gafos de Cacilhas - em data incerta, mas possivelmente ainda no século XII.
Anexa à gafaria, foi construída a Ermida de São Lázaro, pequena igreja que servia essencialmente os leprosos e, durante muito tempo, o único templo do pequeno aglomerado citado como porto de Cacilhas, e já referida em 1363. Nela foi instituída a irmandade de São Lázaro que reedificou a capela em 1530.
A ermida ficou também provavelmente na dependência da Misericórdia de Almada quando esta se encarregou da administração do Hospital e Gafaria de São Lázaro em 1569.
Nos finais do século XVI, surgiram as primeiras referências documentais à Irmandade da bem-aventurada Santa Luzia, confraria dos homens do mar, instituída na Casa de São Lázaro. Foi reedificada a igreja, conforme escritura de licença de 1593 concedida pela Misericórdia de Almada à Irmandade para alargar o templo numa igreja maior, formosa e ornamentada (1). Esta é cedida posteriormente, durante o século XVII, à mesma Irmandade de Santa Luzia. O culto de Nossa Senhora do Bom Sucesso começou provavelmente nesta altura.
Em 1696, foi fundada a Irmandade de Santa Luzia e Nossa Senhora do Bom Sucesso, sucessora da extinta irmandade, na prestigiada igreja conhecida então já por Ermida de Santa Luzia.
Em 1715, a igreja foi reedificada, segundo inscrição num antigo fragmento de painel de azulejo ESTA OBRA MANDOU FAZER HUM DEVOTO 1715, com o título de Santa Luzia e dependente da Matriz de Santiago. Situava-se possivelmente à entrada do Beco do Bom Sucesso, na zona da antiga Rua das terras da igreja – actualmente designada Rua Carvalho Freirinha.
Uma nova Irmandade de Nossa Senhora do Bom Sucesso foi instituída em 1734, que deu novo título à igreja: desejando dedicallo (…) a Soberana Virgem Maria Senhora nossa com o precioso titulo do Bom Successo, conduzindo com festividade, e procissão solene por mar, e terra a Sacrosanta Imagem da Senhora, que hoje se acha colocada na tribuna da capella mor cuja celebridade se executou no anno de 1696 (2).
O Padre Luís Cardoso, no Diccionário Geográfico (1747) referia-se-lhe: Ha neste Lugar huma grande Ermida de N.S. do Bom – Successo, vulgarmente chamada de S. Luzia: foy antigamente Hospital dos Lazaros (…). Acha se este Templo reedificado à custa dos moradores deste Lugar, os quais instituiraõ duas Confrarias, huma do Bom Successo, e outra de S. Luzia (3).
O grande terramoto de 1755 destruiu completamente a igreja e grande parte da povoação. As águas do Tejo arrastaram tudo à sua frente pela Rua Direita de Cacilhas (actual Rua Cândido dos Reis) até ao Largo do Poço (actual Largo dos Bombeiros Voluntários). Morreram várias pessoas na igreja e outras por afogamento em consequência do maremoto. Segundo o registo local, a povoação foi poupada a uma maior destruição pela intercessão da Virgem do Bom Sucesso, invocada por um pescador do porto.
Após o terramoto, entre 1756 e 1760, a igreja foi construída de raiz pelos moradores, um pouco mais acima da antiga Rua Direita, em nível elevado, de modo a precaver eventuais inundações. Entre 1760 e 1770 foram colocados os grandes painéis de azulejo de temática mariana. Da envolvência local na construção da igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, é testemunha a lápide memorial do principal impulsionador – Francisco Luís Dias – junto ao pórtico de entrada.
Ao longo do século XIX e XX, foram sedimentando as práticas tradicionais de culto popular: a grande e concorrida procissão de Nossa Senhora do Bom Sucesso realizada anualmente no dia 1 de Novembro; o Círio de Cacilhas ao Santuário de Nossa Senhora da Atalaia, entre 1813 e 1875; a bênção dos bacalhoeiros no Cais do Gingal com a veneranda imagem do Senhor Jesus dos Navegantes.
O grande incêndio na fábrica de cortiça Henry Bucknall & Sons, em 1883, atingiu também a igreja, destruindo o telhado e parte da sacristia. A Irrmandade recuperou imediatamente o espaço ardido, embora se tenham perdido muitos documentos.
Durante o perturbado período republicano (1910-1912), na onda de assaltos e roubos às igrejas que percorreu todo o território, e também Almada, a memória local registou a acção dos valentes barqueiros de Cacilhas que, colocados à porta da igreja, a protegeram de ser assaltada e vandalizada – Nossa Senhora do Bom Sucesso foi uma das poucas igrejas que saiu incólume dos dolorosos incidentes.
Ao longo dos séculos, na renovação e manutenção do templo tiveram, e continuam a ter, um papel crucial, a venerável Irmandade de Nossa Senhora do Bom Sucesso, os vários párocos que se sucederam e particularmente o generoso e fiel povo de Cacilhas.
III . DESCRIÇÃO
A igreja está situada no bairro antigo de Cacilhas, bem enquadrada pelo casario, perto do cais fluvial. Encontra-se acima do nível da rua, com acesso por escadaria lateral.
A fachada principal, virada a nascente, tem ao centro o portal e, no frontão, o monograma mariano.
Tem duas torres sineiras laterais, ambas com cúpula em singulares zimbórios. Dos três sinos que possui, destaca-se o sino grande, datado de 1811, com imagem relevada de Nossa Senhora do Bom Sucesso.
Na torre esquerda, a poente, encontram-se dois notáveis relógios. O da parte frontal é um relógio solar e lunar, único no concelho, com quatro círculos concêntricos, as horas diurnas em numeração romana, intermediadas com flor-de-lis, e as horas nocturnas em algarismos simples. Na fachada lateral da torre, encontra-se um outro relógio de sol, quadrangular, provavelmente mais antigo que o anterior.
O relógio instalado na torre direita, do lado do rio, inicialmente mecânico, está associado ao toque dos sinos. Foi inaugurado em 1931, com donativos dos moradores, comerciantes e outras entidades, nomeadamente a Irmandade de Nossa Senhora do Bom Sucesso.
Acede-se ao interior por uma escadaria lateral, que precede o pórtico. Junto à porta de entrada, encontra-se uma lápide referente à sepultura do impulsionador da reconstrução da igreja após o terramoto:
AQUI JAS F (FRANCISCO) LUIS DA SILVA PRINCIPAL REFORMADOR DESTA IGREJA, INDIGNO SERVO DE NOSSO SENHOR. FALECEU A 9 DE MAIO DE 1770 POR AMOR DE JESUS I PADRE NOSSO, I AVE MARIA…(?) POR SUA ALMA
À entrada, o subcoro com pintura floral no tecto, oferece uma grande perspectiva sobre o valioso conjunto de azulejo e talha dourada que reveste a nave e a capela-mor.
As paredes laterais estão revestidas com doze esplêndidos painéis de azulejo de grande dimensão, em azul e branco, da segunda metade do século XVIII. A série de painéis, com cenas da vida de Nossa Senhora e respectiva legenda, tem início no subcoro do lado esquerdo:
(1) O Nascimento de Nossa Senhora Regali exprogenie Maria exorta refulget (Maria Brilha pela luz de seu nobre nascimento, canto de vésperas da Festa da Natividade de Nossa Senhora); (2) Apresentação de Nossa Senhora Introibo in domum tuam adorabo ad templum sanctum tuum Psal. 5. (Entrarei na Tua casa; adorarei no teu templo santo, Salmo 5, 8); (3) Os Esponsais Cum Esset desponsata Mater Jesu Maria Joseph. Math 1 (Maria sua Mãe estava desposada com José Mt. 1, 18); (4) A Anunciação Ave, Maria, grátia plena, Dóminus tecum. Benedícta tu in muliéribus (Ave Maria cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres); (5) A Visitação Intravit in domum Zachariae et salutavit Elizabeth. Luc. 1 (Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel, Lc 1, 40).
Na capela-mor, estão representados: (6) O Nascimento de Jesus Peperit filium Suum primo genitum et pannis eum involvit. Luc. 2 (E deu à luz o seu filho primogénito, envolvendo-o em faixas, Lc 2,7); e (7) A Circuncisão Vocatum est nomen ejus Jesus. Luc. 2 (Foi-lhe posto o nome de Jesus, Lc 2, 21).
Na parede lateral direita, estão representadas: (8) A Adoração dos Reis Intrantes domum invenerunt puerum cum Maria matre eius. Math. 2. (Entrando na casa, acharam o menino com Maria sua Mãe Mt, 2, 11); (9) A Apresentação de Jesus Accepit eum in ulnas suas, et benedixit Deum- Luc.2 (tomou-O em seus braços e louvou a Deus, Lc 2, 28); (10) Fuga para o Egipto Surge, et accipe puerum et Matrem eius, et fuge in Aegyptum Math.2 (Levanta-te, e toma contigo o Menino e sua Mãe, e foge para o Egipto Mt 2, 13).
E, no subcoro do lado esquerdo: (11) A Descida do Espírito Santo Repleti sunt omnes spiritu sancto, et coeperunt loqui. Act.2 (Ficaram todos cheios do Espírito Santo e começaram a falar, Act. 24); e (12) A Assunção de Nossa Senhora Assumpta est Maria in caelum gaudent Angeli (Maria foi levada aos céus os Anjos se rejubilam, Antífona das Vésperas da Festa da Assunção da Virgem Maria).
Na nave, do lado esquerdo, estaca-se também o púlpito também em talha dourada.
Ladeando o arco triunfal, encontram-se dois altares em talha polícroma. À direita, o altar de Santa Luzia, anterior invocação da igreja, com imagem proveniente possivelmente do antigo templo; do lado esquerdo, o altar do Senhor Jesus dos Navegantes com a sua histórica imagem, ladeada por São João Evangelista e Nossa Senhora das Dores – uma representação do Calvário.
Neste espaço encontra-se também a imagem de Nossa Senhora de Fátima, oferecida por Maria Manuela de Araújo Veiga Morgado (n. 1895), mãe do célebre actor Vasco Morgado e residente na zona.
No retábulo da capela-mor, preside Nossa Senhora do Bom Sucesso, orago da igreja e padroeira da freguesia, admirável imagem em madeira de mogno, levada em procissão na festa de 1 de Novembro. Está ladeada por São José – imagem também muito antiga - e a imagem veneranda de São Lázaro, possivelmente a mais antiga da igreja, proveniente da primitiva ermida. Na base do trono, encontram-se também duas notáveis esculturas de Santo António e São João Baptista. O sacrário, em forma de templete tem representado na porta Cristo Ressuscitado.
No coro-alto, encontra-se igualmente um silhar de azulejos, de cerca de 1790-1795, com simbologia mariana (sol, lua, estrela, rosa,…). Destaca-se, também o pormenor decorativo que remata a grande janela de iluminação da igreja.
Na sacristia, é de realçar a pintura do tecto com símbolos marianos; a histórica imagem de Nossa Senhora da Atalaia, sobre peanha, memória do antigo círio de Cacilhas; dois admiráveis espelhos; e dois singulares arcazes em pau-santo.
Neste espaço encontra-se a pequena e veneranda imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em terracota, provavelmente a original relativa ao milagre de 1755.
IV . NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO: CULTO E ICONOGRAFIA
A invocação de Nossa Senhora do Bom Sucesso em Portugal é muito antiga e divulgada por todo o continente e ilhas.
Ao longo do século XVII e XVIII, são várias as ermidas ou capelas construídas com esta invocação. O culto esteve particularmente ligado aos perigos das viagens por terra ou por mar, com o pedido de protecção da Mãe de Deus.
Em Cacilhas, a invocação surge no século XVII, na pequena igreja do lugar, então dedicada a Santa Luzia, associada à faina dos mareantes, e aliada a uma imagem proveniente, provavelmente, do mosteiro com esta invocação fundado na margem do outro lado do Rio Tejo.
A Irmandade de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Cacilhas estava encarregada em particular da organização da festividade popular e religiosa anual a 8 de Setembro, com procissão pelo menos desde 1734, ano de referência do seu registo.
No dia 1 de Novembro de 1755, por efeito do grande terramoto, as águas do Tejo pareciam destruir o pequeno aglomerado. Segundo ficou registado, numa nota apensa ao Compromisso:
(…) Foi o porto de Cacilhas o que mais sofreu pela evasão do mar que lhe fica próximo o qual arrebatado pelos balanços da terra, tentou evadir todo o lugar. Havia então n’aquelle sitio um homem chamado pedro da Silva que, como visse que o mar lhe ivadia a sua habitação, tomou sua mulher nos braços e um filho, que ainda n’essa noute ella tinha dado à luz e assim foi, com a brevidade possível, deichal-os em lugar que julgava mais seguro, mas quando voltou a ver se conseguia salvar mais dois innocentes filhos que lhe ficaram em caza foi muita a sua aflflição ao chegar e ver que já estava a sua caza dentro das ondas, nestas circunstancias lembrou-se de correr a igreja, que então era capella de santa Luzia e S. Lazaro, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora com o título do Bom Sucesso; e muito maior foi ainda a sua aflição vendo que a Igreja já estava por terra e começando a gritar por misericordia voltou os olhos, e viu a imagem da mesma Senhora, que collocada na parede fronteira à igreja, estava posta dentro em um nicho, onde a Via Sacra ia n’aquelle tempo contemplar um dos Passos da paixão de Jesus Christo; elle, então com uma viva e verdadeira fé, tomou em seus braços a Imagem para com ella ir precipitar-se nas ondas, a ver se armado d’aquelle escudo podia ir salvar seus filhos, mas qual não foi a sua alegria, vendo que ao voltar a fronte da Senhora para o mar que estava embravecido, repentinamente ficou imóvel, obedecendo ao imperio da Virgem e descia brandamente vindo postar-se aos pés d’elle, que em seus braços sustentava a Virgem Maria, e continuando depois a descer recolheu-se ao seu leito habitual, e nunca mais tentou subir. (4)
Este milagre ficou conhecido e difundido por toda a região e determinou a construção de uma nova igreja pelos marítimos com o título de Nossa Senhora do Bom Sucesso e Senhor Jesus dos Navegantes (4).
A partir desta data, realizou-se a procissão anual em Cacilhas no dia 1 de Novembro, também promovida pela Irmandade, e que reúne centenas de fiéis.
Nas vésperas do dia 1 de Novembro, a imagem, segundo a tradição, é revestida com rica indumentária – a última confecionada em 2025 - e adornada com as joias de Nossa Senhora do Bom Sucesso, preciosas ofertas dos fiéis ao longo dos séculos, em agradecimento à Mãe de Deus.
A Procissão sai da igreja paroquial e percorre as ruas do lugar, acompanhada pela prestigiada banda dos Bombeiros Voluntários e uma grande multidão de fiéis. A celebração atinge o seu auge quando o andor que transporta a imagem de Nossa Senhora se volta para o Tejo, no Cais de Cacilhas, para a bênção das águas. É acompanhada por salva de morteiros com as pequenas embarcações engalanadas.
Na procissão segue o admirável andor de Nossa Senhora, acompanhado das antigas imagens de devoção do lugar, nomeadamente o Senhor Jesus dos Navegantes, Nossa Senhora de Fátima, Sagrado Coração de Jesus…, em homenagem à sua Padroeira. A festividade torna presente a protecção da Mãe de Deus ao povo de Cacilhas e aos seus trabalhos nesta singular e secular outra banda…
Iconograficamente, Nossa Senhora do Bom Sucesso é representada com o Menino Jesus sobre o braço esquerdo, uma rosa e um terço na mão direita. Ambas as figuras estão coroadas.
- ARTUR, Louro, Tesouro da Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Catálogo da Exposição, Edição da Câmara Municipal de Almada, Almada, 2007, p.21.
- Idem, p. 14.
- CARDOSO, P. Luís, Diccionario Geográfico, Lisboa, 1751, Tomo 2, p. 503.
- Nota apensa ao Compromisso, in ARTUR, Louro, Tesouro da Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Catálogo da Exposição, Edição da Câmara Municipal de Almada, Almada, 2007, pp.10-11.
REFERÊNCIAS
- FLORES, Alexandre M., Almada Antiga e Moderna – Roteiro Iconográfico, Almada, Câmara Municipal, 1985-1990.
- MARQUES, Luís, Tradições Religiosas entre o Tejo e o Sado, Lisboa, Instituto de Sociologia e Etnologia das Religiões da Universidade Nova de Lisboa, 1996.
- ARTUR, Louro, Tesouro da Igreja de Nª Sª do Bom Sucesso, Catálogo da Exposição, Almada, Edição da Câmara Municipal de Almada, 2007.
- MENDES, Francisco José dos Santos, A Criação da Rede Paroquial na Península de Setúbal (11471385), mestrado em História Medieval, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2010.
FOTOGRAFIA
Irmandade de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Cacilhas
AGRADECIMENTOS
- Ao Professor Guilherme Vidinha pela sua disponibilidade e preciosa informação sobre a igreja e irmandade de Nossa Senhora do Bom Sucesso.
- À Dra. Isabel Cepeda, pelo seu imprescindível apoio na transcrição e revisão de texto.
- À Junta de Turismo de Cacilhas pelas pertinentes informações bibliográficas.
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Comentários
É um trabalho muito rico e interessante que desde logo suscita um visita a Cacilhas com o texto nas mãos
Obrigada aos seus autores